sexta-feira, 18 de março de 2016

Há 35 anos, uma tragédia, que ceifou dezenas de vidas, aconteceu na Rússia. Os parentes das vítimas mortas tiveram que manter silêncio à respeito das causas e consequências daquele episódio fatal. Mas ninguém contava com o fato de haver uma sobrevivente, uma testemunha que, hoje, não vê obstáculos em contar a verdade.
Em 1981, os recém casados Vladimir e Larisa Savitskiye, estavam voltando de sua lua de mel. Ambos tinham 20 anos e seu futuro parecia cor de rosa e maravilhoso.
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No dia 24 de agosto, o casal embarcou no vôo 811 no aeroporto Komsomolsk-on-Amur, na Rússia. Quando o avião decolou, Larisa e Vladmir não imaginavam que também estavam deixando para trás todos os seus sonhos.
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A 5.220 metros de altura, um jato militar se chocou contra a aeronave que carregava 38 passageiros. O avião militar voava em tão alta velocidade, que não houve tempo de reagir. A maioria dos passageiros morreu no impacto. "No momento do choque, nós perdemos imediatamente o teto e as asas. Houve muita gritaria", lembra Larissa. "Eu virei para o meu marido e vi que ele estava morto. Naquele momento, eu tive certeza de que iria morrer também", recorda.
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Ela se lembra da cena como se fosse um filme, "uma garota tentando se segurar, caindo na selva que havia lá embaixo", diz Larisa. "Então eu decidi que tinha que me sentar, para tentar amortecer a queda."
Se agarrando ao seu assento, Larisa despencou por 8 minutos, junto com os destroços do avião, esperando a morte chegar a qualquer segundo. De repente, uma fileira enorme de árvores surgiu - ela estava prestes a tocar o solo. Isso é tudo o que ela lembra antes de perder a consciência.
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"Eu abri os olhos e a primeira coisa que vi foi o corpo do meu marido. Ele estava caído na minha frente, a 3 ou 4 metros de distância." Larisa ainda se lembra do horror e da dor. "Parecia que ele queria me ver mais uma vez, como se estivesse dizendo adeus."
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Larisa passou dois dias na floresta siberiana tentando encontrar ajuda. Conforme as horas se passavam, sua esperança de ser resgatada diminuía. No terceiro dia, ela foi encontrada por pescadores. "Eu descobri que meus parentes já tinham providenciado minha sepultura. A empresa havia liberado uma lista com o nome de todos os passageiros do vôo e as autoridades entraram em contato com meus pais."
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Nos jornais soviéticos não apareceu nenhuma linha sobre a tragédia. O fato de dois aviões terem se chocado foi encoberto pelo serviço secreto da ex União Soviética. Os parentes das vítimas foram obrigados a manter silêncio. O direito de relembrar e de honrar seus entes queridos lhes foi retirado. Quando Larisa finalmente chegou ao hospital, seu quarto ficou sob a guarda de vários policiais. Nem parentes ou amigos puderam visitá-la. "Minha mãe foi convencida a manter silêncio", ela conta. Somente muito tempo depois, após o início dos anos 2000, os detalhes desta catástrofe vieram à tona.
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Larisa, a única sobrevivente desta horrível tragédia, lutou para se recuperar por um longo tempo. Mas, após alguns anos, ela conseguiu seguir em frente, e até teve um filho. Olhando para essas fotos tiradas muitos anos após o acidente, é difícil acreditar que esta mulher bonita passou por tudo isso.
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"Eu acho que foi um erro militar: eles ignoraram o fato de um vôo comercial estar voando na mesma rota", especula Larisa. "Desde então, todos os anos, no 24 de agosto, eu celebro meu segundo aniversário. Parece que uma parte de mim ainda está por aí... Ainda não aterrissou. E nunca irá aterrisar."

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